Escolher ações para operar com opções não é uma tarefa que deve ser feita ao acaso. Embora o mercado de opções ofereça oportunidades incríveis de rentabilidade, o sucesso dessas operações começa por uma escolha estratégica e bem fundamentada dos ativos subjacentes. A seleção das ações corretas impacta diretamente no desempenho das opções e no controle de risco das operações.
Logo no primeiro parágrafo, é importante entender que nem toda ação serve para montar boas estratégias com opções. Existem critérios específicos — técnicos, fundamentalistas e comportamentais — que ajudam o investidor a identificar os papéis mais adequados. Afinal, operar opções exige precisão. E isso começa com a escolha certa da base.
Um dos primeiros fatores a se observar é a liquidez das opções. Ações com maior volume de negociação e com opções amplamente negociadas oferecem spreads mais estreitos, menor risco de slippage (execução a preço diferente do desejado) e mais alternativas de montagem de estratégias como spreads, travas, straddles, entre outros. Portanto, foque nas ações com grande participação no mercado de derivativos.
Outro critério essencial é a volatilidade histórica e implícita da ação. A volatilidade afeta diretamente o preço das opções. Ativos com alta volatilidade oferecem prêmios maiores, mas também envolvem riscos maiores. Já ativos com volatilidade mais controlada são ideais para estratégias mais defensivas. Avaliar esse comportamento permite que você alinhe sua estratégia ao perfil de risco desejado.
A tendência do ativo também deve ser levada em conta. Se você pretende montar uma operação de compra de CALL, por exemplo, o ideal é escolher ações em tendência de alta, com sinais técnicos de continuação. Por outro lado, se for operar com venda coberta ou montagem de travas de baixa, ações em lateralização ou início de queda podem ser mais apropriadas.
Outro ponto crítico é o perfil da empresa por trás da ação. Empresas com boa governança, resultados consistentes e presença consolidada no mercado oferecem mais previsibilidade e segurança. Afinal, ao comprar uma opção, você está apostando no comportamento da ação — e isso, por sua vez, reflete a performance e percepção da empresa como um todo.
Também é válido observar o calendário de eventos relevantes, como divulgação de resultados, assembleias e pagamento de dividendos. Esses eventos impactam diretamente o comportamento da ação e, consequentemente, das opções. Uma estratégia pode funcionar perfeitamente em termos técnicos, mas ser impactada negativamente por um balanço inesperado.
Para os investidores mais experientes, a análise das gregas das opções também entra na equação. Delta, Theta, Vega e Gamma ajudam a entender como a opção vai reagir a variações do ativo, do tempo ou da volatilidade. Isso reforça a importância de escolher ativos com comportamento previsível ou pelo menos compreensível, dentro do seu nível de conhecimento.
Não menos importante, esteja atento à disponibilidade de séries e strikes. Ações com boa liquidez costumam ter maior variedade de vencimentos e preços de exercício, o que oferece maior flexibilidade na montagem de estruturas. Isso é essencial para estratégias que dependem de ajustes finos ou rolagens futuras.
Resumindo, para escolher ações para operar com opções, leve em conta:
- Liquidez do ativo e de suas opções;
- Volatilidade histórica e implícita;
- Tendência técnica atual;
- Perfil da empresa e seus fundamentos;
- Eventos corporativos no radar;
- Quantidade de séries e opções disponíveis;
- Possibilidade de aplicar suas estratégias preferidas.
Fazer essa análise com consistência aumenta significativamente suas chances de sucesso no mercado de opções. E o melhor: com mais controle e previsibilidade.
No próximo artigo, vamos aprofundar ainda mais esse processo analítico, explorando as métricas fundamentalistas mais relevantes para quem opera com opções. Se você deseja unir técnica com fundamentos e aumentar a qualidade das suas operações, não pode perder!
