Quando falamos em operar no mercado de opções, uma das primeiras dúvidas que surgem é: comprar ou vender opções, o que é melhor? A resposta depende, sobretudo, do perfil do investidor, dos seus objetivos e do seu apetite ao risco. Entender essas diferenças é essencial para montar estratégias coerentes e sustentáveis no longo prazo.
Logo no início da jornada com opções, muitos investidores são atraídos pela ideia de comprar CALLs e PUTs em busca de lucros explosivos. A alavancagem oferecida por essas operações é tentadora. Com um investimento pequeno, é possível conquistar retornos expressivos — mas também perder tudo em questão de dias. Por isso, comprar opções tende a ser uma estratégia mais alinhada ao investidor de perfil especulativo, que aceita o risco de perder todo o capital investido em troca de uma chance de ganho significativo.
Por outro lado, o investidor mais conservador ou estratégico pode preferir vender opções para gerar renda com mais previsibilidade. Ao vender uma CALL coberta, por exemplo, ele assume a obrigação de vender uma ação que já possui, caso a opção seja exercida. Nesse caso, ele recebe um prêmio e ainda pode lucrar com a valorização da ação até o strike. Essa é uma prática comum entre investidores que buscam renda passiva com ativos que já fazem parte da carteira.
Mas atenção: vender opções também envolve riscos, especialmente quando a venda é descoberta — ou seja, sem a posse do ativo-objeto. Esse tipo de operação é mais arriscado e requer margem de garantia. Aqui, o perfil do investidor deve ser mais experiente e com disciplina rígida de controle de risco.
O segredo está em alinhar a operação ao seu comportamento como investidor. Quem é impaciente, busca lucros rápidos e tolera perdas, geralmente se encaixa no perfil comprador. Já quem busca consistência, prefere proteger o capital e aceita ganhos menores porém frequentes, tende a atuar como lançador de opções.
Há também os investidores moderados, que alternam entre compra e venda conforme o cenário. Eles analisam o comportamento do mercado, avaliam a volatilidade e decidem, com base na leitura do momento, qual estratégia se adequa melhor. Por exemplo, em um mercado lateralizado, vender opções pode ser mais vantajoso. Já em momentos de forte tendência, a compra de opções pode trazer melhores resultados.
Outro ponto crucial é o nível de conhecimento técnico. Comprar opções exige entendimento sobre o comportamento do prêmio, o tempo até o vencimento e os movimentos do ativo-objeto. Já vender requer domínio sobre margem de garantia, gerenciamento de risco e, principalmente, controle emocional. Um erro de cálculo pode gerar prejuízos relevantes, por isso, é essencial conhecer o instrumento que você está operando.
Vale lembrar que é possível combinar compra e venda de opções em estratégias estruturadas, como spreads, travas, straddles e iron condors. Essas táticas permitem limitar riscos e ganhos, oferecendo mais previsibilidade e controle. Mas, para isso, o investidor precisa estar confortável com ambos os lados da operação — algo que só vem com estudo e prática.
Por fim, não existe uma resposta definitiva sobre o que é melhor: comprar ou vender opções. A melhor escolha será sempre aquela que respeita o seu perfil, seus objetivos e sua tolerância ao risco. A boa notícia é que o mercado de opções é extremamente versátil e se adapta a diversos estilos, desde o mais arrojado até o mais conservador.
Se você está começando agora, teste estratégias simples com capital pequeno e observe como se sente com cada tipo de operação. O autoconhecimento é uma das maiores ferramentas de sucesso no mercado financeiro.
Agora que você já entendeu as diferenças entre comprar e vender opções, é hora de aprofundar ainda mais o seu entendimento. No próximo artigo, vamos falar sobre alavancagem nas opções: seus riscos e benefícios. Saber como a alavancagem funciona pode ser o divisor de águas entre o lucro e a ruína. Nos encontramos lá!