Quando se fala em operar opções, muita gente pensa apenas em análise técnica e gráficos. Mas ignorar a análise fundamentalista é um erro que pode custar caro. Escolher boas ações para montar operações com opções exige olhar além do preço. É preciso entender a saúde financeira da empresa, sua posição no mercado e sua consistência de resultados. As métricas fundamentalistas ajudam exatamente nisso.
Desde o primeiro momento, fica claro que operar opções com base em fundamentos sólidos pode aumentar significativamente as chances de sucesso. Isso vale tanto para estratégias de curto prazo, como as travas, quanto para operações mais longas, como a venda coberta. Quanto mais robusta for a empresa, menor a probabilidade de eventos inesperados afetarem negativamente o preço do ativo — e, por consequência, das opções.
Entre as principais métricas fundamentalistas relevantes, o lucro por ação (LPA) merece destaque. Essa métrica mostra quanto a empresa lucra por cada ação emitida. Empresas com LPA crescente tendem a valorizar suas ações no longo prazo, o que é excelente para operações com CALLs. Além disso, um LPA alto demonstra boa eficiência operacional.
Outro indicador importante é o retorno sobre patrimônio líquido (ROE). Ele mostra a rentabilidade da empresa sobre o capital dos acionistas. Um ROE elevado geralmente sinaliza uma gestão eficiente, o que tende a atrair investidores e impulsionar o preço da ação. Isso beneficia operações de compra de opções ou estratégias de rolagem de CALLs.
O preço sobre lucro (P/L) é outro dado que o operador de opções não deve ignorar. Ele mostra quanto o mercado está disposto a pagar pelo lucro da empresa. Um P/L muito alto pode indicar uma ação supervalorizada, o que exige mais cautela. Já um P/L abaixo da média pode apontar boas oportunidades, especialmente para quem opera opções visando valorização futura.
A dívida líquida sobre EBITDA é uma métrica de alavancagem que ajuda a entender a capacidade da empresa de pagar suas dívidas com os lucros operacionais. Empresas muito endividadas são mais sensíveis a mudanças econômicas, o que aumenta a volatilidade e o risco. Para operações com opções, especialmente as de venda, isso pode ser um fator limitante.
Não se pode deixar de lado também o pagamento de dividendos. Empresas que pagam dividendos de forma consistente tendem a ter ações mais estáveis. Isso é interessante para estratégias como venda coberta, em que a previsibilidade do papel é um diferencial.
Além das métricas isoladas, é essencial observar o setor de atuação da empresa. Setores mais estáveis, como energia ou saneamento, tendem a ter menor volatilidade — ideais para estratégias conservadoras com opções. Já setores mais cíclicos, como tecnologia ou varejo, oferecem maior potencial de valorização e risco, ideais para traders mais agressivos.
Utilizar essas métricas ajuda o trader a evitar “armadilhas” de curto prazo e operar com base em ações de empresas que entregam valor real. A união entre análise técnica e análise fundamentalista é a fórmula ideal para operações mais consistentes, tanto em momentos de alta quanto em cenários incertos.
Por fim, lembre-se: entender o ativo subjacente é tão importante quanto dominar as estratégias com opções. A qualidade da base impacta diretamente o sucesso da estrutura montada. Use as métricas fundamentalistas a seu favor e escolha ativos que entreguem performance e solidez.
No próximo artigo, vamos aprofundar ainda mais a parte técnica e mostrar os principais indicadores gráficos e técnicos úteis para traders de opções. Se você quer refinar sua entrada e saída nas operações, esse conteúdo será essencial.